O/A recém-nascido/a pré-termo, ao invés de um ambiente intrauterino, protegido com um aporte contínuo de nutrientes, temperatura estável e ritmos biológicos regulares, é exposto/a durante o seu internamento a uma sobrecarga sensorial prejudicial para o seu desenvolvimento, não estando ainda munido/a de estratégias eficazes para atingir um estado de harmonia e bem-estar.

O internamento nas unidades de neonatologia continua a constituir um exemplo paradigmático, de que o desenvolvimento técnico-científico, que tem vindo a ocorrer, pode traduzir-se num potencial efeito devastador e traumático na criança e na sua vida futura. Ao compreender que a hospitalização dos/as recém-nascidos/as constitui um evento traumático, os profissionais de saúde possuem o dever de aumentar o conhecimento de forma a incorporar as melhores práticas baseadas em evidência, minimizando e mitigando o stresse tóxico associado. Estes profissionais devem providenciar um ambiente de cuidados devidamente estruturado promotor do desenvolvimento harmonioso do/a recém-nascido/a, com o intuito de minimizar os estímulos nocivos e individualizar a estimulação baseada nas respostas comportamentais e fisiológicas do recém-nascido. Os cuidados neuroprotetores asseguram um modelo de cuidados nas unidades de neonatologia essencial, não só à prevenção de patologias associadas a uma vivência traumática tão precoce, com níveis de stresse elevados, bem como à promoção do bem-estar físico, psíquico e mental do/a recém-nascido/a.

O curso de formação contínua “Cuidados neuroprotetores em neonatologia: da teoria à prática”, visa habilitar os profissionais de saúde para a aquisição e desenvolvimento de competências para a prestação de cuidados neuroprotetores a recém-nascidos e família hospitalizados na neonatologia.